Campos tinha tudo para ser um dos melhores municípios brasileiros para se viver.
Abençoada por sua localização geográfica, área territorial, planície cortada por um rio, água em abundância, poderíamos competir com outros municípios na atração de empresas.
Os bilhões de reais que recebemos de royalties desde os anos de 1980 era pra transformar a cidade numa potência industrial, porém o desenvolvimento não veio e bilhões foram jogados no assistencialismo sem nenhum critério de crescimento, infraestrutura antiga e falta de visão macro por parte dos governantes que por consequência não faz crescer nossa cidade.
Campos, que no passado tinha na indústria sucroalcooleira sua base econômica com muitos engenhos em produção, hoje somos a cidade sem nenhum posicionamento que nos identifique e seja a base do crescimento. A cana minguou e a indústria não veio.
O reflexo da falta de investimento ao longo dos anos faz do governo municipal o maior empregador e fomentador da economia, o que é um perigo pois limita o crescimento, e a arrecadação de royalties mascara os índices de IDH, PIB, GINI entre outros, mas quem vive aqui sabe a realidade, uma cidade milionária com um povo sofrido e pobre.
Outro aspecto é que Campos caminha para ser uma cidade de passagem anexa de São João da Barra em função do Porto do Açu, porém apenas alguns setores são beneficiados com isso. Em contrapartida o comércio patina, lojas fecham, nível de emprego baixo, e as poucas indústrias passam por dificuldades, empreendedores vêm, olham e vão embora. O cancelamento dos voos pela Azul é o reflexo disso.
Se os investimentos fossem realmente realizados durante esses anos de arrecadação de royalties hoje seríamos uma cidade modelo, pujante, com um povo sem precisar de auxílio para conseguir sobreviver, mas infelizmente a realidade é outra. Fomos de uma das cidades mais importantes do Brasil colônia para mais uma perdida na promessa de ser algo algum dia.
Nenhum Comentário! Ser o primeiro.