Na última semana, duas frases me levaram a reflexões profundas e trouxeram clareza sobre muitas escolhas que venho fazendo ao longo da vida. A primeira foi “Cada decisão que tomamos é um passo que damos em direção a quem estamos nos tornando.” A segunda: “A qualidade das nossas decisões determina a qualidade da nossa vida”.
Simples, diretas, mas de uma profundidade que exige pausa.
Olhando para a trajetória até aqui, entendi que minhas decisões não foram apenas respostas a desafios do presente, foram, na verdade, os tijolos que construíram o meu amanhã. Cada escolha, mesmo a mais difícil, foi também uma forma de dizer para mim mesmo, e hoje, principalmente para os meus filhos, quem eu escolho ser.
Não foram poucas as dores. Algumas cicatrizes profundas, me ensinando que nem toda queda é fracasso, às vezes, é apenas o terreno de um recomeço. E foi nesses momentos que pratiquei os maiores ensinamentos que recebi dos meus pais, levantando com dignidade, mesmo quando o chão parecia o único lugar seguro.
Decidir nem sempre é confortável. Exige coragem, exige visão e, muitas vezes, exige fé. Cada escolha moldou minha identidade. Decidi ser íntegro quando seria mais fácil ser omisso. Decidi seguir em frente mesmo quando o reconhecimento tardava a chegar. Decidi transformar o incômodo em ação, e a frustração em combustível.
A paternidade me deu um novo sentido a tudo. Ser pai me fez entender que cada decisão carrega um peso ainda maior, o peso doce e sagrado de ser exemplo. Meus filhos me olham. Meus filhos aprendem com o que faço, mais do que com o que digo. E é por eles que aprendi a escolher com mais consciência, a pensar não só no agora, mas no tipo de homem que desejo que eles vejam ao crescer e que se tornem.
Na vida pessoal, especialmente na família, cada decisão é ainda mais sagrada. É nesse espaço que o verdadeiro legado é construído. Aprendi com meus pais e alguns pares que presença vale mais que discurso, que caráter é moldado no exemplo silencioso, e que amar é, antes de tudo, escolher estar, mesmo quando não é fácil.
Hoje, vejo que a soma de tudo isso está conectada por um fio invisível, que é o poder de decidir. Cada escolha é uma semente. Algumas germinam rápido, outras dormem no solo do tempo, mas todas carregam em si o potencial de florescer.
Não tenha medo de decidir. As boas decisões nem sempre são as mais fáceis, mas são aquelas que, no espelho do tempo, refletem com mais nitidez quem você é. Ou, melhor dizendo, quem você está se tornando, e que tipo de mundo você está ajudando a construir para os que vêm depois de você.
Porque no fim, a vida é exatamente isso: um mosaico de escolhas. E se tivermos coragem de decidir com verdade, com amor, com responsabilidade, e com o coração de quem sabe que tem olhos pequenos nos observando, viveremos não apenas uma vida com mais qualidade, mas uma vida com mais sentido.
Uma vida digna de ser lembrada. E mais ainda, digna de ser seguida.
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